Uma das mais antigas instituições monacais do território português

Documentado desde o ano 853, o Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro foi transferido de local e reconstruído nos séculos XI e XII, embora pouco reste das campanhas construtivas empreendidas pelos monges beneditinos dessa época.
Em 1112, recebeu carta de couto de D. Teresa e foi patrocinado pela importante família dos Sousões de Ribavizela. Tornou-se um dos grandes potentados da região, acumulando vasto património fundiário e influência política.

No séc. XVI, foram introduzidas na fachada duas torres maneiristas.
No séc. XVIII, foram concebidos diversos altares para o interior da igreja e, no início do séc. XIX, o claustro foi remodelado segundo os padrões neoclássicos, um modelo sem paralelo nos espaços monásticos do Norte de Portugal.

A história do edifício conhece-se a partir de D. Fernando

Pombeiro é uma das mais antigas instituições monacais do território português, estando documentada desde 853.
Do primitivo estabelecimento nenhum elemento material foi até ao momento identificado, mas tratava-se, com grande probabilidade, de um edifício modesto, eventualmente vinculado à autoridade asturiana e localizado no lugar do Sobrado, então designado por Columbino. A história do edifício conhece-se a partir de D. Fernando o Magno.

Em 1041, o mosteiro foi transferido para o atual local, aqui se levantando um primeiro conjunto edificado a partir de 1059. Desse monumento também nada chegou até nós. No período condal estabeleceram-se as bases do grande mosteiro baixo-medieval, nomeadamente a partir da doação de D. Egas Gomes de Sousa (os Sousões) em 1102, e da carta de couto de D. Teresa em 1112, significando que aquelas terras são dotadas de particulares privilégios e de justiça própria.

O projeto românico arrancou algumas décadas depois, sob o impulso dos Beneditinos e da importante família dos Sousões de Ribavizela, que deixaram a sua marca na tipologia da igreja, que segue fielmente a planimetria dos grandes mosteiros da ordem: corpo tripartido de quatro tramos, cobertura de madeira, transepto não saliente e cabeceira abobadada e tripartida, de perfil escalonado, de testeira circular e com capela-mor mais ampla que os absidíolos.

O portal é o principal elemento remanescente do séc XII

A sua datação deve colocar-se ao longo da segunda metade do século XII, ou já das primeiras décadas do século seguinte. No exterior do transepto conserva-se uma inscrição de 1199, que refere D. Gonçalo de Sousa, eventual responsável da obra românica. É de supor que, por essa altura, os trabalhos estivessem neste ponto, o que é coerente com as características do portal axial. Perdida grande parte da campanha românica pelas múltiplas alterações posteriores, o portal é o principal elemento remanescente desse período.

A análise estilística confirma uma datação tardia, de que são caraterísticas as formas vegetalistas exuberantes e irregulares (aqui tratadas com grande caráter inventivo) ou os antigos temas, de meados do século XII, recuperados com uma nova estética, a mesma que se encontra em Paços de Ferreira e no chamado Românico Nacionalizado do século XIII. Terminadas as obras na fachada principal, de que se salienta também a ampla rosácea, semelhante às de Roriz ou de Paço de Sousa, adossou-se à frontaria uma galilé de três naves, que terá servido de local de enterramento para grandes nomes da Nobreza fundiária do Entre-Douro-e-Minho. Das tumulações aqui efetuadas restam dois túmulos românicos, atualmente no interior do corpo do templo.

A localização do Mosteiro

O Mosteiro está situado na interseção de duas das principais vias medievais da época – uma que ligava o Porto a Trás-os-Montes, por Amarante, e uma segunda que ligava a Beira a Guimarães e Braga, atravessando Lamego e o Douro em Porto de Rei, o que evidencia a significativa importância deste conjunto monástico Beneditino na região. É nestes espaços que os reis se instalam nas suas viagens e nos quais os peregrinos se albergam e recebem assistência. O poder da família que efetuou as doações e as dádivas dos fiéis permitiram a Pombeiro assumir-se como um potentado na região. Bens imóveis e padroados foram-se somando ao património do Mosteiro, que chega a possuir 37 igrejas e um rendimento anual muito cobiçado, proveniente das rendas e dos dízimos. O poder de Pombeiro estende-se até Vila Real.

Na Idade Moderna, o mosteiro foi grandemente transformado, adquirindo o essencial do seu aspeto atual. Estamos ainda mal documentados sobre a marcha dos trabalhos, mas é de crer que o conjunto tenha entrado em obras ainda no século XVI, embora os principais trabalhos tenham já decorrido sob o signo do Barroco. De 1702 é a data de uma das alas do claustro e ao longo de todo este século construiu-se a nova capela-mor, o coro alto, o órgão, as numerosas obras de talha dourada, as duas torres que flanqueiam a frontaria, bem como uma parte substancial das alas monacais.

O claustro ainda foi reformulado nos inícios de Oitocentos, de acordo com uma campanha neoclássica, mas pouco depois, em 1834, a extinção das Ordens Religiosas determinou o encerramento da instituição. Só em meados do século XX o conjunto começou a ser restaurado e, mais recentemente, foi alvo de uma intervenção arqueológica generalizada, que permitiu reconhecer as principais fases de ocupação do local.

Adaptado de:
IPPAR / IGESPAR e Rota do Românico

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Localização

Latitude
N 41° 22’ 58.30”
Longitude
W 8° 13’ 32.49”
Morada
Lugar do Mosteiro, 4610-038 Felgueiras, Porto