Mosteiro Beneditino de Vilar de Frades terá sido fundado em 566

Do primeiro mosteiro beneditino fundado no séc. XI restam parcos elementos românicos. Em 1425 é fundada e aqui sedeada uma congregação de cónegos seculares (Lóios). O conjunto foi renovado entre o séc. XVI e XIX, sendo de assinalar, no corpo da igreja, notáveis abóbadas nervuradas manuelinas e, no mesmo estilo, o belo portal principal. Do período barroco é o retábulo-mor da igreja e valiosos azulejos do século XVIII.

Em 1425, o mosteiro foi entregue aos Cónegos de S. Salvador de Vilar de Frades

A sua total ruína, na sequência das invasões muçulmanas, levou a uma completa reconstrução românica do cenóbio quinhentos anos mais tarde, em 1070, por encomenda de D. Godinho Viegas. Logo no início do século XIV, a propriedade encontra-se despovoada e em 1425 é entregue a uma nova congregação – dirigida por Mestre João Vicente, futuro bispo de Lamego e Viseu – os Cónegos de S. Salvador de Vilar de Frades, conhecidos por Lóios, por lhes ter sido doada a Igreja de Santo Elói, em Lisboa.

Da primitiva construção resta apenas o portal, com três arquivoltas ricamente ornamentadas de seres fabulosos e elementos naturalistas e geométricos, assentes em colunelos com capitéis historiados representando um bestiário típico do românico. Existem ainda vestígios de uma janela e os arranques da torre sul, onde hoje se integra o portal.

Obras de ampliação e remodelação

A partir do século XVI várias obras de ampliação e remodelação começam a alterar substancialmente a feição do antigo mosteiro românico e de toda a cerca conventual, datando de meados de quinhentos uma segunda torre a norte, os dormitórios, o refeitório, a cozinha, a biblioteca e o claustro, ao centro do qual se erigiu um chafariz de mármore, mandado talhar em Lisboa em 1596, composto por duas taças com bicas em forma de carrancas.

Quinhentistas são ainda o cadeiral do coro, o órgão da igreja e o retábulo do altar-mor, pertencendo já a finais do século o retábulo do Espírito Santo. Mas as obras manuelinas estão entre as mais impressionantes, conservando-se o portal principal enquadrado por dois grandes colunelos ao modo de troncos podados, ao qual se acede por um alpendre saliente e no interior a elegante e complexa abóbada nervurada cobrindo a nave única desta igreja-salão, com vasta capela-mor (concluída apenas em meados do século XVII). De salientar ainda a abóbada do braço sul do transepto, muito ornamentada.

O valioso espólio

A autoria destas obras foi recentemente atribuída a João Lopes o Velho, famoso arquiteto dividido entre a Galiza e o Norte de Portugal. O corpo da igreja sofreu posterior intervenção seiscentista, com a finalização da capela-mor e a reconstrução do corpo da igreja, então em mau estado.

No século XVIII a fachada principal é por sua vez remodelada, integrando-se o portal do século XI na torre sul. Existem na igreja vários revestimentos azulejares de grande interesse, alguns seiscentistas, assinados e datados de 1742 forrando duas capelas do interior, e outros já do século XVIII, possivelmente de fabrico regional e bastante raros. O altar-mor é uma peça de talha imponente, em estilo nacional, datado de 1697.

Destacam-se ainda duas telas de Pedro Alexandrino na sacristia (construída no século XVIII) e algumas valiosas esculturas. O belo chafariz antes localizado no pátio do convento e classificado como Monumento Nacional, foi transferido para Barcelos em 1967. O atual chafariz terá sido mandado edificar pelo reitor Joaquim Lopes da Costa entre 1790 e 1792.

Adaptado de:
IPPAR / IGESPAR

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